Conceitos védicos

Conceitos védicos

Um dos conceitos fundamentais do conhecimento védico é que, primeiro, a vida é eterna e, segundo, tudo nesse mundo é cíclico. O princípio da vida eterna está relacionado com a alma, enquanto que o princípio cíclico refere-se ao corpo. Para a alma não faz sentido as designações do corpo: masculino/feminino, preto/branco, brasileiro ou chinês, etc. Essas são designações circunstanciais. Enquanto a alma não atingir seu estado natural de pureza e consciência plena e, assim estabelecer-se definitivamente no reino absoluto de Deus, onde a existência é eterna, a consciência é total e é plena em bem aventurança, ela, a alma, tem que estar associada a um corpo material para, gradualmente, evoluir e encontrar sua verdadeira natureza. Isso requer muitas vidas. Os grandes obstáculos para o aperfeiçoamento da alma neste mundo são: apegos materiais, a exploração do prazer sensual e ignorância. Aceitamos, portanto, o conceito de “transmigração da alma”. Evitamos o termo “reencarnação” para não incorrer nas muitas confusões e mal entendidos que este termo geralmente tem acarretado.

Outro princípio que está diretamente relacionado a esse tema é o de “causa e efeito” ou “ação e reação.” Consideramos que “colhemos o que semeamos.” É o que o conhecimento védico chama de “lei do karma.” Essa vida atual já é, efetivamente, uma colheita; e agora temos a oportunidade para semear para colher na próxima safra. A morte marca o fim do ciclo em um corpo específico. As impressões e as tendências de toda a vida ficam registradas na consciência. Essas impressões na consciência irão determinar a próxima situação de vida, afim de que a alma tenha oportunidade de retificar-se dos erros do passado e continuar sua trajetória rumo à perfeição. Atingindo o estado de “consciência de Deus”, a alma livra-se do enredamento material e passa a existir em seu habitat natural, face a face com Deus.

Na doutrina Vaishnava, céu e inferno são situações temporárias. Boas ações e vida piedosa (mas, em consciência material,) produzem, como reação, a transferência da pessoa, após a morte, para regiões celestiais, onde irá desfrutar de seus méritos. Quando tais méritos esgotam-se, ela volta, outra vez, a esse plano de existência terrena, que é a região onde o karma é produzido.

Da mesma forma, atividades pecaminosas, contrárias às leis de Deus, geram consequente punição. Uma vez expiada, chances para retificação são oferecidas repetidamente. É um fato que livrar-se da condição de pecado é realmente muito difícil, pois a tendência é, normalmente, degradar-se cada vez mais. Somente personalidades santas e divinas, por onde flui a misericórdia de Deus, têm o poder de livrar a alma condicionada dessa condição.

A liberação permanente e o ingresso definitivo no reino de Deus se dá quando a pessoa atinge a consciência de Deus e encerra-se o ciclo de ações e reações. Rendição a Deus é condição sine qua non.


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